Eu e ele nunca conversamos muito, eu era uma criança e ele sempre muito ocupado. O meu pai trabalha muito. Três expedientes pra poder me dar o queijo de todo dia. Além disso, eu precisar fazer silencio pra que ele pudesse dormir me desenvolveu hábitos silenciosos: eu tava sempre lendo ou desenhando. O hábito virou mania. E o meu pai costuma dizer que eu sempre fui muito besta, e não me misturava com as piadas dos meus irmãos ou brincava de destruir a casa como eles. Só queria saber de ficar lá no meu mundinho.
Lia muito sobre pessoas e aprendi mais ou menos a lidar com elas, em termos gerais, trato todo mundo bem – menos Diego, em algumas ocasiões – e não tenho problemas maiores com ninguém. Algumas pessoas me irritam profundamente, e eu tenho aversão a locais cheios e sem a minha possibilidade de diálogo. As vezes eu achava que era autista.
Num balanço rápido, acho que sou sim anti-social. Mas não de todo. Consigo lidar com gente. Mas não gosto de multidões não. E nem de uma só pessoa que eu não sinta como igual, e sim. Sou preconceituosa. Mas não contra negro, pobre, mulher, gay, deficientes, e esses todos preconceitos de gente sem imaginação. O meu preconceito é contra coitadinhos, ignorantes – não aqueles que não tiveram oportunidade, mas aqueles que não souberam usar, e se usaram, não tiveram mudanças – hoje eu sei que algumas pessoas merecem premio e outras não valem um tiro de 12.
Não compartilho com nenhum radicalismo, salvo esse, de me preservar não querendo contato com quem eu sei que me faz mal porque não importa quantas vezes veja, simplesmente não enxerga. Gosto de gente com potencial. Gente que sabe crescer, gosto de quem merece o topo que não necessariamente é o topo comum, mas o próprio topo, o melhor de si. Com essas pessoas sempre vale a pena conversar. Mas qualquer tipo de pessoa ainda é pessoa, e eu só sei se vale se eu me aproximar.
Respondi Marcos, o Meme?
Passo a bola pra o Vitor Py, pra a Mia, pra o Mauricio, pra a Séfora e pra o Stylus.